A Turma da Mônica vem se destacando ao longo dos anos por sempre estar preocupada em criar personagens que geram representatividade para várias causas. Uma dessas causas é a da pessoa com deficiência.
Thank you for reading this post, don't forget to subscribe!Maurício de Sousa sempre criou personagens a partir de amigos, filhos e familiares. Em 1959, teve sua primeira tirinha publicada no jornal Folha da Tarde, com dois personagens, Bidu e a Franjinha. Depois criou o Cebolinha, o Piteco, o Astronauta, o Horácio e o Penadinho. Sua personagem principal, Mônica, surgiu em 1963, e a inspiração de Maurício veio de sua própria filha.
Em algumas entrevistas, Maurício de Sousa conta que percebeu, enquanto criava os personagens, que ele não jogava bola só com amigos como Cebolinha, mas que também tinha amigos com algumas deficiências. Foi então que ele decidiu ir estudar sobre as pessoas com deficiência para entender como elas vivem e enfrentam os problemas, pensando na redução de preconceitos em suas produções.
Maurício criou o Hamyr, um garoto habilidoso, inteligente, simpático e que usava muletas para se locomover, mas ele apareceu apenas em duas histórias. Em 1960, ele criou o Humberto, um garoto carinhoso, sonhador e com deficiência auditiva, que se expressa através da Língua Brasileira de Sinais.
A partir dos anos 2000, foram aparecendo personagens como o André. Ele surgiu em 2003 em uma revista educativa chamada “A Turma da Mônica — Um amiguinho diferente” em parceria com associação de amigos do autista, durante uma campanha que buscava esclarecer o que é o autismo. Ele é uma criança de 4 anos, um garotinho gentil, fofo, com o espectro autista. Nas histórias, podemos ver suas particularidades de se comunicar e de interagir com os amigos.
A Dorinha foi lançada em 2004, na edição 221º do gibi da Mônica, sempre acompanhada do seu cão-guia chamado Radar. A Dorinha foi inspirada pela Dorina Nowill, uma mulher que perdeu sua visão ainda criança e sempre lutou pela causa das pessoas com deficiência visual. As aparições de Dorinha nas histórias da Turma da Mônica faz com que as crianças tenham um novo olhar para mundo e que possam perceber o mundo através de várias formas, além da visão. Também quebra paradigmas da indústria da moda sobre a mentalidade, inovação e disruptiva, porque Dorinha sonha em ser estilista e criar uma linha de roupas inclusivas quando ficar adulta.
Neste mesmo ano, em dezembro, na edição 222 do Gibi da Mônica, teve a estreia do personagem Luca, que é garoto charmoso, encantador, apaixonado por esportes, as meninas do bairro do timoneiro são apaixonadas por ele. Luca tem paraplegia; por isso, utiliza uma cadeira de rodas, as inspirações do Maurício para criar ele foi os jogadores de basquete cadeirantes. Na história sua cadeira de rodas tem equipamentos tecnológicos que ajudam a desvendar mistérios. A mensagem na história do Luca é mostrar que as crianças são felizes independente de qualquer deficiência física.
Em 2009, Maurício cria a Tati, uma personagem muito inteligente, habilidosa com síndrome de Down. A inspiração veio da atriz Tathi Piancastelli. A personagem apareceu na revista educativa “Turma da Mônica com viva as diferenças!” que foi uma parceria entre Instituto Maurício de Sousa e Meta Social, o objetivo era explicar sobre a síndrome de Down.
E em 2019, na edição especial em “Turma da Mônica distrofia muscular de duchenne, cada passo importa” surgiu o mais novo personagem sobre inclusão social que foi o Edu, um garoto que adora tecnologia, mas tem medo de ir para cadeira de rodas. Mas ao longo da história Luca ajuda ele perder o medo e viver cada fase da vida enfrentando os desafios igual no jogo de videogame e respeitar cada fase da vida sem medo. Edu tem distrofia muscular de Duchenne, uma doença rara degenerativas, é uma doença pouco conhecida e muito comum em crianças. Maurício em suas entrevistas fala que o Edu foi criado a partir de muitas pesquisas, conversas com especialistas e conversas com familiares que convivem com seus filhos com essa doença rara.
E o mais novo personagem lançado em 2022, foi o Bernardo, foi inspirado na história real de um menino de Caxias do Sul (RS) que tem acondroplasia, a forma mais comum de nanismo. Esse novo personagem foi apresentado no livro ‘Nosso Amigo com Nanismo’, que conta a história do bernardo e as dificuldades que pessoas com nanismo passam diariamente.
Esses são os personagens que quando lemos um gibi da Turma da Mônica, percebemos que existem várias abordagens diversos assunto que devem ser trabalhados desde criança. Entre os personagens, há crianças com deficiência e cada uma tem sua característica.
Devemos refletir que crianças diferem entre si e cada uma tem características que devem ser respeitadas. A partir do momento que ilustradores, artistas, diretores, escritores têm essa percepção que incluir essas características sem suas histórias faz com crianças se identifiquem com os personagens e respeitem as diferenças que existem na sociedade.