Acessibilidade na cidade do Rock

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Texto e Imagem: Larissa Pontes

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Desde 1985, o Rock in Rio foi criado com objetivo de dar voz  a uma geração e promover experiências únicas e inovadoras. É consagrado como o maior festival de música e entretenimento do mundo. O lema do Rock in Rio é “Juntos os sonhos acontecem”, a partir desse propósito que o festival traz para o público e mobiliza as pessoas a participar de ações prol de um futuro melhor e saudável. 

A partir desse proposito, o Rock in Rio tem uma preocupação ao longo dos anos de ir se aprimorando em vários quesitos, incluindo a parte de acessibilidade. Neste ano de 2022, o projeto de acessibilidade na cidade do Rock contava com: centro de serviços, plataformas elevadas nos palcos, sinta o som, balções de acessibilidade, estacionamento para pessoa com deficiência, vans acessíveis, carrinhos de golfe, banheiros acessíveis, pisos táteis, mapa Táteis, audiodescrições, interpretes de libras, mobilidade kit livre, suporte para cão guia, microlocalização e entre outros. 

Thiago Amaral, coordenador de acessibilidade do Rock in Rio explica como funciona essa preparação antes do festival acontecer. “O Rock in Rio conta com uma área fixa destinada à acessibilidade do festival, não sendo apenas em ano de festival. A estrutura conta com um coordenador, dois produtores e quarenta apoios (durante o período de evento). O projeto é feito se preocupando com cada tipo de deficiência, sempre validando com pessoas que fazem parte do público e tem alguma deficiência”. 

O festival contou com total de 700 mil pessoas ao longos desses 7 dias, dentro desse público aproximadamente 2.110 representa pessoas com deficiência. Cada pessoa tem uma história e uma paixão com o festival, a Geneça, 30 anos, engenheira e pessoa com deficiência, vai ao festival desde seus 10 anos quando sua mãe levou ela para ver Sandy e Júnior, desde lá sempre tenta ir a todos os Rock in Rio. “Eu já perdi as contas de quantos já participei”-relata a Geneça. 

Mas em 2011 sofreu um acidente que acabou se tornando pessoa com deficiência e após um mês do acidente foi ao Rock in Rio pela primeira vez como pessoa com deficiência, ela relata sua experiência ao longo dos anos no festival. “ Em 2011 foi quando precisei de uma atenção um pouco maior para vim ao evento e desde lá a questão de acessibilidade mudou muito, antes não tinha equipe de apoio, plataformas, os equipamentos. Foi bem complexo naquele ano conseguir assistir o festival, a equipe de acessibilidade evoluiu muito ao longo dos anos disponibilizando todos esses recursos”. 

Mas Geneça relata que nessa edição de 2022 no primeiro final de semana teve algumas dificuldades. “No último sábado (03.09)  e não tinha a van fazendo a conexão do Rock Express para central de acessibilidade, a gente pediu a assistência desde o começo, ninguém parecia saber assim do que se tratava, passava de uma pessoa outra até gente conseguir finalmente chegar no posto de acessibilidade. Na voltar também assim foi bem complicado, tava chovendo bastante e a gente não conseguiu esse apoio para ir e voltar ao longo do evento. Mas entramos em contato com o Tiago, responsável da acessibilidade através do WhatsApp e  ele garantiu que esse final de semana teria todo o apoio durante o evento. E realmente a gente chegou e foi outra experiência, tinha a van para buscar a gente lá no Rock expresso e depois chegando aqui, já tinha um carrinho para fazer essa conexão até o ponto de acessibilidade.”

No final da entrevista Geneça relata sua paixão pelo Rock in Rio e deixa recado para outras pessoas com deficiência “Desde sempre tento vir, é um festival que engloba todos os públicos, não é sobre o Rock, mas é sobre todas as tribos e ritmos. Então realmente é um festival que amo de paixão e sempre venho por conta disso. Quero dizer para outras pessoas com deficiência que venham, se planejem, procurem a melhor forma de chegar e sair, acredito que maior perrengue está aí. Mas eles disponibilizam também estacionamento. Venham que a equipe está desempenhada em torna o festival cada vez mais acessível, a gente tem estandes com prioridades. Então é um festival que dar para curtir de qualquer forma”

O Wanderley dos Santos, 29 anos, do interior de São Paulo e estava indo a primeira vez ao Rock in Rio até momento que entrevistamos ele estava curtindo bastante o festival. Mas sentiu dificuldades para encontrar a central de acessibilidade. “Acredito que poderia ter pessoas na entrada que ajudasse a chegar até a central ou ela poderia ser mais perto da entrada” – relata wanderley. 

A central de acessibilidade fica na Rota 85, que fica numa parte central do festival e lá funcionava todo cérebro da operação de acessibilidade, porque todos atendimentos, cadastro, suporte para as pessoas com deficiência. Thiago explica o porquê central está localizada nessa região da cidade do Rock. “O centro de serviços de acessibilidade fica em um local estratégico, onde é possível que a pessoa com deficiência possa fazer a retirada e entrega de equipamentos com mais tranquilidade, já que no chamado “funil” de entrada e saída, é uma área de muito tumulto, com pessoas correndo na entrada e na saída tem grande volume de pessoas saindo na mesma via”. 

A Maria Clara, 18 anos, tinha escoliose grave e estava na sua terceira edição de Rock in Rio e sentiu poucas dificuldades para acessar o festival já que veio no seu próprio carro. “ A única coisa que senti dificuldades foi teve que levantar o moto da cadeira algumas vezes por causa obstáculos, acabei assistindo o show da Liniker lá traz porque não encontrei a plataformas elevadas. Mas já conseguir achar as plataformas”.

O coordenador de acessibilidade conta o que eles planejam para o Rock in Rio de 2024 no quesito de melhorias. “Para a próxima edição, a ideia é mantermos os serviços e estruturas, mas aumentando a quantidade para atender melhor a demanda” – afirma Thiago. 

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