SÉRIE : COMO EMPREENDEDORES COM DEFICIÊNCIA ESTÃO TRANSFORMANDO AS REALIDADES LOCAIS

Terceira temporada do Lumecast Episódio 2

Thank you for reading this post, don't forget to subscribe!

Episódio 2: 

(Locução Mariana)

Olá! Eu sou Mariana Clarissa, uma mulher negra de estatura mediana. Meus cabelos são cacheados, em um tamanho médio e pretos. Este é o Lumecast, um podcast produzido pela Lume Acessibilidade em parceria com o portal Eficientes, empresas do Instituto de Inovação em Comunicação Acessível, a Inova.aê. 

(Locução Larissa)

E sou Larissa Pontes, uma mulher branca, de cabelos cacheados, tamanho médio, cor castanho escuro, estatura mediana. Aproveitando: esse é um podcast totalmente acessível que discute acessibilidade comunicacional e temas que fazem parte do universo da pessoa com deficiência.

(Locução Mariana)

Este é o segundo episódio da série “Pessoas com Deficiência e Empreendedorismo: um caminho para o mercado de trabalho do Lumecast. Aqui vamos contar a história de empreendedores com deficiência e ressaltar como eles estão transformando as suas realidades e o contexto local de onde vivem. Aqui, você também vai compreender o atual cenário do mercado de trabalho brasileiro para as pessoas com deficiência. 

(Música)

(Locução Larissa)

Já pensou em viver da sua arte? Não é fácil trocar o CLT pelo empreendedorismo, afinal, isso requer coragem. Daniel Oladai, homem branco de cabelos pretos ondulados, decidiu dar esse passo aos 36 anos. 

(Locução Mariana)

Daniel nasceu em Brasília. É filho de um pernambucano com uma paulistana. Tanto na escola como na faculdade, sempre sentiu muitas dificuldades para se integrar. Por uma pressão familiar, estudou direito e passou quinze anos advogando. Mas ele não amava o que fazia e resolveu mudar de carreira.

(Locução Larissa)

Ele começou a fazer arteterapia para superar alguns traumas, rompeu laços familiares que considerava problemáticos e começou a traçar planos para o seu futuro. 

(Daniel Oladai)

Eu comecei a acompanhar, dá uma olhada por alto em algumas pessoas que trabalham nesse ramo e que conseguem trabalhar sozinha. Digamos assim, né? Fizeram um trabalho de turismo contra a própria ali. Então eu observei uns artistas que eu gosto, tenho como referência que já o senhor ele e a esposa foi estudar isso, eu estudo de caso deles, aliás, como é que eles fizeram, eles fazem assim, assim, assim, assim, assim é interessante, né? Uma referência de dígamos lá porque esse empreendedor que não que não tá 30 anos só vendendo os bugiganga na praia, né? Tá conseguindo se manter que tá conseguindo se estruturar, né?

(Locução Mariana)

Com ajuda da sua mãe, Daniel decidiu sair do trabalho e passou a se dedicar exclusivamente a sua arte: criar mandalas. 

(Daniel Oladai)

Precisava de alguém que me ajudasse a pagar as contas, minha mãe me segurou esse período, então, eu tô nesses últimos anos, eu vou fazer 39 anos. Então nesses últimos três anos, eu tô só desenvolvendo isso, tempo integral nesse trabalho de arteterapia,  de arte, eh, com ajuda da minha terapeuta. Feliz também a gente para eu conseguir fazer algo precisaria neh? Vi que eu tinha ideias e tal, mas eu sentia que precisava de ajuda. 

Então minha terapeuta me ajudou, um amigo meu que é do SEBRAE me ajudou por um tempo também, né? Na camaradagem.. eh.. Imediatamente de alguém para fazer um… coitado… eu alugava ele 15 horas numa reunião e saia exausto sem ganhar um real. Mas assim, eu precisava de alguém para fazer um né? Aí saiu ele, ficou só a minha terapeuta, usei e abusei do conhecimento dela ali pra conseguir fazer isso. E aí eu também fiquei com essa exposição por entender porque eu já vinha visitando alguns tempo ou algumas feiras de arte independente do Brasil. E aí observando que tá tem alguma coisa, como é que essa galera consegue se bancar com arte? Mas tem um outro, que tá preeminente aqui em brasília, que como tal isso me deu uma referência

(Locução Larissa)

A organização mundial da saúde estima que haja setenta milhões de pessoas com autismo no mundo, sendo cerca de dois milhões só no Brasil. Aos trinta e seis anos, Daniel foi diagnosticado com o espectro do autismo. No início, sentiu muita dificuldade para compreender, porque não tinha muitas informações. 

(Daniel Oladai)

Logo após o diagnóstico, não tinha noção, eu tive um pouquinho antes do diagnóstico  do “boom” midiático, né? Então tipo primeiro algo muito raro, então eu tive de primeira referência, digamos é termos de acolhimento foi ele é youtubers gringos, né? Falava de diagnosticar tardio com a cabeça zoada, então foi encontrando ali, micro grupos ali, infelizmente eles foram ajudando porque foi tendo e passei a fazer parte de um grupo de artistas aqui que se reúne uma vez por mês.

(Locução Mariana)

A arteterapia ajudou Daniel no autoconhecimento e a compreender o que é ser uma pessoa com autismo. Através da arte, ele se permite sonhar e a planejar seu futuro no empreendedorismo. 

(Daniel Oladai)

Eu comecei a fazer a conta da terapia, né? Então ela é de fato algo íntimo que eu tô levando ali, sei lá, imagina em algum momento tá num para poder né? Ter uma referência bem né? Sonhar alto é justamente tá no museu é abriu lá nos Estados Unidos que é um museu de artes psicodélica e que ele tem várias raças lá de artes psicodélicos do mundo inteiro faz eventos lá e a meta é participar de um evento desse eventualmente ter um quase um padrão gigante meu lá. 

Eu tô aqui há uns cinco meses, né? Que eu tô vendendo os meus produtos, eh… mas eu fiz antes disso preços de testes, eu peguei alguns vários colegas amigos e amigas e coloquei eles para o principal trabalho que eu faço é justamente arteterapia nessa segunda linha para pessoa pintar. Então eh…. como eu queria saber se a coisa funcionaria para outras pessoas, né? Que eu tinha essa dúvida, não funcionou só para mim tá? Mas terapeuta veio aqui em casa, pensando em um brogodó, colocou TV aqui um vídeo lá de uma pessoa que trabalha com a arte a fazer todo um troço, se você fazer um negócio dessa pessoa, vai acontecer alguma coisa… e aconteceu! Eu tive tive tive tive lógico, não foi com todo mundo.. Mas há pessoas que são mais ou menos propícias, mas isto aconteceu! Tem uma essência do que eu esperava que era a pessoa conseguir olhar para ser ali, né?

(Locução Larissa)

O futuro sempre foi algo pensado por Daniele Louvores, mulher branca de cabelos longos e pretos, de 45 anos. Ela usa cadeira de rodas. Formada em pedagogia e pós-graduada em pedagogia empresarial, Daniele sempre quis ser protagonista da sua história, mas sabia que encontraria desafios para construir o seu futuro. 

(Daniele Louvores) 

Tive muita dificuldade na escola, por que não tinha adaptação e eu ficava pensando muito né? No meu futuro. Se um dia ia conseguir ter um emprego, até porque é desde a escola eu tive muita dificuldade, né? Devido à acessibilidade. A uma das maiores dificuldades, que eu acho que uma pessoa com deficiência enfrenta, é a falta de credibilidade, a falta de oportunidade, é as pessoas olham para mim muitas vezes olha pra cadeira e esquece que quem está ali sentado é uma pessoa, que é protagonista de uma história, uma pessoa que tem vontades, que tem anseios né? De ter como todo mundo né?

(Locução Mariana)

Mesmo com base acadêmica, Daniele se deparou com os mesmos desafios encontrados por Pamela, Claudia e Daniel. Diante da falta de acessibilidade no ambiente de trabalho, ela visualizou uma solução para contribuir com a inserção da pessoa com deficiência no mercado de trabalho. 

(Locução Larissa)

Foi nesse momento que surgiu a consultoria voar, uma empresa que, de acordo com ela, fortalece as asas das pessoas. 

(Daniele Louvores) 

Dentro das empresas também é a gente, por mais que estude, por mais que eu busque a evolução, né? Acadêmica, a gente vê que a gente não consegue subir de cargo, né? Pagam um salário muito baixo e, pensando nisso, eu comecei fazer na minha consultoria de equidade, de diversidade, de inclusão que se chama voar. Iniciei o meu próprio negócio, primeiro online, né? Quando eu comecei a visitar as empresas e dar consultoria, palestra sobre os sete pilares da acessibilidade que são arquitetônicas, comunicacional e entre outras. Eu comecei a trabalhar dentro das empresas preparando as empresas para receber as pessoas com deficiência

(Locução Mariana)

Nos últimos anos, o trabalho de consultoria em acessibilidade tem sido uma realidade para muitas pessoas com deficiência. de acordo com o estudo realizado pela noz inteligência, das pessoas entrevistadas pela pesquisa, 2,3% afirmaram ser consultores. Michel Platini é publicitário e consultor em acessibilidade. Para ele, o trabalho de consultoria é, além de uma alternativa de trabalho, uma forma de combater a realidade excludente que estão inseridas as pessoas com deficiência. 

(Michell Platini) 

Eu posso trazer a realidade de projetos com pessoas com deficiência atuando com consultores e sem pessoas com deficiência como consultores. O resultado com a presença das pessoas com deficiência é muito melhor, muito superior, pois elas conseguem trazer os feedbacks do que está faltando, do que está realmente funcionando e de maneira técnica e profissional.

Projetos que não tem a consultoria eles vão apresentar falha e vão apresentar defeitos, vão trazer experiências constrangedoras para as pessoas com deficiência, e vai ser um projeto que acaba que não vai ser funcional para a pessoa com deficiência e posso também afirmar que é a importância de convocar a perspectiva da pessoa com deficiência faz o projeto tem uma visibilidade também para a comunidade de pessoas com deficiência, porque as pessoas vão começar a consumir o conteúdo, porque sabem que passou por uma pela mão de pessoas com deficiência também. Porque existe um lema nada sobre nós se nós, né? Das pessoas com deficiência. Então o projeto que tenha participação de pessoas com deficiência ele tem o selo, né? Da inclusão.

Não só por ser uma pessoa com deficiência, mas por ser uma pessoa com deficiência com qualificação profissional. Percebo, também, que há uma grande crescente de pessoas se formando na área de acessibilidade, para atuarem como consultores, mas eh ainda eh, muito pouco a contratação de pessoas com deficiência. Então é importante que a gente comece a contratar mais pessoas, fazer e isso um ciclo de geração de renda

(Locução Larissa)

Como consultora, Daniele fala sobre como atua para sensibilizar as empresas sobre a importância da inclusão, da diversidade e da aplicação de práticas acessíveis. 

(Daniele Louvores) 

Várias formas de influenciar através das minhas experiências, né? Das minhas próprias dores, das dores das pessoas com deficiência é influenciar as empresas, trabalhar a sensibilização. E aí eu comecei a trabalhar muito essa questão e foi difícil porque a gente não recebe um apoio, né? De incentivo do governo, de outras instituições… é tudo muito sozinho, é tudo muito, é uma jornada solitária. A gente tem preenchido as lacunas na área da empregabilidade com esses programas, inclusive que as empresas pagam a gente para prestar essa consultoria e conseguir começar a romper com as empresas nessa questão da cota, as multas, que eles pagam também porque muitas vezes é eles ficam como se fosse algoz das pessoas com deficiência, mas, na verdade, é porque falta é preparo para essas adaptações.

(Locução Mariana)

Este é o segundo e último episódio da terceira série do Lumecast. Pessoas com deficiência e empreendedorismo: um caminho para o mercado de trabalho é uma produção da Lume Acessibilidade em parceria com o portal Eficientes, empresas do Instituto de Inovação em Comunicação Acessível, a Inova.aê. Eu sou Mariana Clarissa, idealizadora deste podcast e co-criada deste roteiro e a voz por trás da locução deste episódio. 

(Locução Larissa)

E eu sou Larissa Pontes, produtora desta série, co-criadora do roteiro e a voz que também narra este episódio. Você pode acompanhar outras produções no site www.eficientespcd.com.br e no nosso Instagram, @eficientes_ e @inova.aê. A gente se encontra na próxima temporada do Lumecast! 

Seja também um apoiador!

Ao apoiar o Eficientes você estará engajando diretamente na disputa por mais vozes, respeito e participação social para as pessoas com deficiência. Contribuindo que nós continuemos funcionando na produção de conteúdo, financiar os deslocamentos das coberturas, a adquirir novos equipamentos, colocar mais recursos de acessibilidade e conseguir remunerar nosso colaboradores. O nosso trabalho é independente e gratuito.  

Venha fazer parte do EFICIENTE!

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Email
); Skip to content